“Os fiéis (...) têm o direito, e às vezes também o dever, de manifestar aos Sacros Pastores o seu pensamento sobre aquilo que diz respeito ao bem da Igreja, e de divulgá-lo aos outros fiéis.” (Código de Direito Canônico, can. 212, §2-3)

“Quer a comunicação no âmbito da comunidade eclesial quer a da Igreja com o mundo exigem transparência (...) a fim de promover na comunidade cristã uma opinião publica rectamente informada e capaz de discernimento”.(Carta Apostólica “O  rápido desenvolvimento” do Sumo Pontífice   João Paulo II 24.1.05 n.12)

Pe. Gabriele Nanni, o Exorcista.

Gabriele Nanni fez objetivo de sua vida destruir Pe. Andrea e a Armada Branca”.
(O Arcebispo Mario Peressin a Mons. Piero Vergari).

Da sentença absolutória de Pe. Andrea D’Ascanio no primeiro processo eclesiástico: “Dos autos e de quanto foi demonstrado (can. 1608 §2) Pe. Gabriele Nanni pode ser considerado entre os urdidores da trama contra Pe. Andrea D’Ascanio, motivo pelo qual (evitar um possível perjúrio) o Presidente – Instrutor não lhe pediu de emitir o juramento “de veritate dicenda” (de dizer a verdade)”.

Quem é Pe. Gabriele Nanni?

Da sentença de absolvição:

Pe. Gabriele Nanni nasceu em 09 de março de 1959 em Forlí. Depois dos estudos de segundo grau, entrou no seminário diocesano de Bolonha, mas após cerca de um ano saiu. Graduado em História da Filosofia em Bolonha. Após uma crise interior, reaproximou-se da prática religiosa e desejava tornar-se sacerdote em uma congregação mariana e missionária. No ano de 1987 conheceu Pe. Andrea D’Ascanio e se tornou membro da “Armada Branca”. Em 1990 transferiu-se de Modena para L’Aquila para dedicar-se completamente à “Armada Branca” e para obter o Bacharelado em Teologia junto à Pontifícia Universidade Lateranense, tendo em vista sua futura ordenação sacerdotal.

Teve com a Dra. Alessia Zimei alguns episódios sentimentais. Mesmo sendo formalmente um dos candidatos da “Armada Branca” ao sacerdócio (quando isto teria sido possível), na realidade, existiam recíprocas perplexidades sobre sua vocação e idoneidade. Finalmente, na ocasião de uma missão em Moscou (outono de 1993), empreendida de sua própria iniciativa e por conta da “Armada Branca” (para estudar o russo, asseverando que o conhecimento desta língua tornar-se-ia mais tarde útil para o apostolado no Leste europeu), decidiu deixar formalmente a “Armada Branca” (...)”.

Em Moscou, de fato, encontra duas freiras da Congregação Pro Deo et Fratribus (agora Família de Maria) que operam em Novosibirsk na Sibéria, e vá de avião a transcorrer o período das festas natalinas com elas. Em breve, decide deixar definitivamente a Armada Branca e se transfere na Eslováquia, na casa de formação teológica da Pro Deo et Fratribus.

Da sentença de absolvição:

Incorporado na “Pro Deo et Fratribus” na Eslováquia (no início de março de 1994), ficou ali até 13 de dezembro de 1994, data em que se transferiu na sede da “Pro Deo et Fratribus” em Civitella del Tronto (Teramo – Itália) e ali permaneceu até sua saída definitiva (no final de novembro de 1996). Na “Pro Deo et Fratribus”não existiam certezas em relação à sua ordenação sacerdotal (...)”.

Sua transferência a Civitella del Tronto, casa de prova de noviços, é para ele uma profunda humilhação e teme que naquela estrutura dificilmente será ordenado sacerdote.

Não pensa minimamente que os superiores tenham bloqueado sua ordenação porque não idôneo ao sacerdócio; se convence ao contrário que tudo tenha sido provocado por uma hipotética má apresentação de Pe. Andrea D’Ascanio. Inicia a nutrir contra ele um rancor que com o tempo tornar-se-á ódio feroz que transmite a todas as mulheres às quais “abre os olhos”: de estimadoras tornam-se obstinadas acusadoras de Pe. Andrea D’Ascanio. Iniciando por Alessia Zimei.

Sua difícil situação é conhecida na casa Zimei, o centro operativo do “pool” contra Pe. Andrea D’Ascanio. Uma delegação de L’Aquila o visita várias vezes no verão de 1996 em Civitella del Tronto e lhe deixa entrever a possibilidade de entrar no seminário de L’Aquila. O Bispo Molinari se declara disponível em acolhê-lo. É a solução de todos os seus problemas.

O primeiro sucesso como “exorcista”: a “abertura dos olhos” de Alessia Zimei

Da sentença de absolvição:

A Dra. Alessia Zimei foi batizada por Pe. Andrea D’Ascanio e sempre manteve com ele um relacionamento de confiança e de amizade (...). Inseriu-se na “Armada Branca” em 1989, na ocasião da Audiência especial concedida por S.S. João Paulo II à “Armada Branca” no Salão Paulo VI, mas sua participação tornou-se mais intensa logo mais (...). A colaboração com a “Armada Branca” assumiu, sem particulares formalidades, caráter “vocacional” de plena dedicação (em algumas ocasiões Alessia se assina “Alessia de Deus e de Maria”). No início de 1996 Pe. Andrea D’Ascanio convidou Alessia a participar de uma missão no Equador. Houve uma dura oposição familiar (...). Voltou para L’Aquila do Equador em 31 de outubro de 1996 com a intenção de retornar ao País Latino Americano poucos dias depois (15 de novembro) e continuar sua missão com a “Armada Branca” (...).

A Dra. Alessia Zimei afirma que, antes de retornar do Equador, “na sua família tinham mantido contatos com Gabriele Nanni”. Além disto, diz: “cheguei ao aeroporto de Fiumicino. Voltei do Equador em 31 de outubro de 1996, foram me receber meus irmãos (...). Meus irmãos entreviam alguma esperança de “recuperar-me”, mesmo se o plano era de retornar em Equador cerca de 20 dias depois (...)”.

Há uma certeza moral que os irmãos falaram a Alessia da oportunidade de encontrar Pe. Gabriele Nanni, o qual anteriormente tinha encontrado a família e era conhecida sua amizade com Alessia. De fato, no dia sucessivo, 1º de novembro, Alessia chama Pe. Gabriele Nanni, marcam encontro para o dia 02 de novembro e passam o dia inteiro juntos (...).

Após ter passado com ele quase o dia todo no Seminário em que este morava (“Pro Deo et Fratribus” em Civitella del Tronto) no sucessivo dia 02 de novembro, os olhos de Alessia se “abriram” (...)”.

Depois de dez horas de pressão psicológica Gabriele Nanni a convence que Pe. Andrea foi a sua ruína:

Do interrogatório de Alessia Zimei ao Tribunal Eclesiástico:

Presidente: “Esta narração quando aconteceu?”.

Alessia Zimei: “Naquele dia, sempre naquele dia 02 de novembro”.

Presidente: “No início da jornada? No final da jornada?”.

Alessia Zimei: “Não, no final, no final, após horas que falávamos, que nunca me convencia”.

Retorna a L’Aquila à noite avançada e garante aos parentes que deixará a Armada Branca. De fato, sairá sem nem entregar aos responsáveis do Movimento alguns documentos importantes que o Arcebispo de Quito lhe tinha confiado. Traz consigo uma longa lista de acusações contra Pe. Andrea D’Ascanio, preparada por Gabriele Nanni, que ela terá que apresentar ao Bispo Molinari.

O Bispo, em 06 de novembro, vá à casa de Alessia Zimei e lhe pede de preparar quanto mais depressa uma denúncia; no dia 08 de novembro já tem em mãos a declaração assinada por Alessia Zimei que, com base nesta, será implantado o processo eclesiástico contra Pe. Andrea D’Ascanio.

Gabriele Nanni retorna a L’Aquila

No dia 24 de novembro de 1996 Alessia Zimei e Annarita Bellisari vão a Civitella del Tronto e de tarde o acompanham à catedral de L’Aquila onde Mons. Molinari está celebrando. Depois da Missa se apresenta na sacristia e o Bispo o acolhe sem hesitação garantindo-lhe que o ordenará sacerdote: “Eu era felicíssimo – declara em seu testemunho ao Tribunal Eclesiástico – no mesmo dia expulso de uma parte, acolhido pela outra”.

Pede-lhe, porém de escrever logo uma declaração contra Pe. Andrea D’Ascanio e de procurar outros acusadores. O faz hospedar na casa de Alessia Zimei, onde existe o clima mais idôneo para cumprir este mandato. (ver: 2 – A história de um processo).

Da sentença de absolvição:

O instrumento desta “abertura dos olhos”, Pe. Gabriele Nanni, deixou a “Pro Deo et Fratribus” e se transferiu a L’Aquila: “encontrei-me em L’Aquila sem casa, por isto fui hospedado em casa Zimei”, (...). Ali se constituiu um “pool” para acusar Pe. Andréa D’Ascanio, como reconheceram (...) os protagonistas em ocasião de seus depoimentos como testemunhas. Casa Zimei foi freqüentada, mais ou menos intensamente, pelo Sr. Domenico Pelliccione, pela Sra. Pierina Mirka Manfredi, pela Dra. Annarita Bellisari, ecc.: todos ex membros da “Armada Branca”. Com a colaboração de Alessia, de seus irmãos e de Pe. Gabriele Nanni foram redigidas algumas acusações e transcritas várias fitas contendo intervenções orais de Pe. Andrea”.

Do interrogatório de Alessia Zimei ao Tribunal Eclasiástico:

Presidente: “A senhora pensa de ter ajudado Gabriele Nanni a tornar-se sacerdote?”.

Alessia Zimei: “(...) o demitiram da Pro Deo. Não sabia para onde ir e... eu falei dele (“o recomendei”, na primeira versão) a Mons. Molinari”.

Do interrogatório de Annarita Bellisari ao Tribunal Eclesiástico:

Então Molinari veio em minha casa (...) e eu falei com ele de Gabriele no dia 23 de novembro e ele foi aceito por Molinari porque em poucas palavras tinha sido demitido pela manhã da Pro Deo, veio a L’Aquila e foi aceito por Molinari e enviado em casa Zimei”.

Da sentença de absolvição:

Mons. Molinari, que não o conhecia, mas sabia dele por meio de Alessia, o acolheu sob sua direta proteção tendo em vista uma não remota ordenação sacerdotal: Pe. Gabriele se tornou seu motorista e filho espiritual (...)”.

Porque Pe. Gabriele Nanni foi expulso da Pro Deo?

Da carta de S.E. Mons. Paolo Hnilica a Pe. Andrea D’Ascanio:

Ele deixou a comunidade porque nós o colocamos diante de uma escolha: ou permanecer em nossa comunidade missionária, deixando em paz Pe. Andrea – porque acreditamos em sua integridade e na maravilhosa missão da Armada Branca – ou deixar a nossa comunidade”.

Entra imediatamente em ação

Nem se passaram 24 horas e Pe. Gabriele contata Mirka Pierina Manfredi de Modena – outra antiga conhecida que Pe. Andrea D’Ascanio tinha ajudado a terminar os estudos e a empregar-se como professora – e logo está pronta a segunda denúncia:

Do interrogatório de Pierina Manfredi ao Tribunal Eclesiástico:

Decidi escrever o documento de denúncia quando recebi um telefonema de Gabriele Nanni, explicando-me como Mons. Molinari estava recolhendo testemunhos para fazer luz sobre Pe. Andrea. O escrevi naquela mesma noite do telefonema, em 24 de novembro de 1996. Acredito que depois o enviei pelo correio a Alessia Zimei, mas não tenho certeza”.

Dois dias depois, no dia 26 de novembro, Gabriele Nanni apresenta sua primeira denúncia contra Pe. Andrea a Mons. Molinari, mas este lhe pede outra mais consistente e o incentiva a ativar-se para procurar outros novos testemunhos. Toma corpo assim sua segunda denúncia que o Bispo transmite a Roma com um folheto de apresentação:

Da ata de interrogatório de Gabriele Nanni ao Tribunal Eclesiástico:

Presidente: “A sua segunda denúncia (de Gabriele Nanni) chegou em 07 de março de 1997 à CDF, portanto é anterior a esta data. Mons. Molinari nela escreve: “Este texto o preparou Gabriele Nanni porque eu o pedi a ele”.”.

Nos dias sucessivos Gabriele Nanni fará subscrever denúncias contra Pe. Andrea D’Ascanio a Annarita Bellisari e a outra senhora da Albânia que há pouco tinha chegado à Itália. Na Congregação para a Doutrina da Fé tem material suficiente para iniciar o primeiro processo.

Diácono e sacerdote

Gabriele Nanni, após três meses de permanência na casa de Alessia Zimei e depois de ter apresentado ao Bispo as outras denúncias solicitadas, é enviado à Paróquia de Sassa. Dois meses depois é ordenado diácono e inserido oficialmente na diocese. Cinco meses depois, em 30 de agosto de 1997, é ordenado sacerdote:

Diácono”

Com que espírito se prepara para ser ordenado Diácono, o último degrau antes do sacerdócio?

Da declaração de Mons. Molinari ao Tribunal Eclesiástico:

Então (no dia 30 de março de 1997 n.d.r.) eu disse a Pe. Gabriele “o que diz, lhe ordeno amanhã ou esperamos”, e ele me disse: “talvez se esperamos nunca mais acontecerá esta ocasião”. O ordenei... Depois Mons Peressin me disse: “Me traiu, escreverei a Roma. Eu farei anular esta ordenação...”.

Bem sabendo de enganar o Arcebispo titular, em 31 de março de 1997 se faz ordenar diácono, com poucas horas de aviso prévio, agarrando esta boa “ocasião” que talvez “não acontecerá nunca mais”. Mons. Mario Peressin assim comenta esta ordenação em sua carta enviada ao Card. Ratzinger em 24 de junho de 1997:

Surgem-me muitas perplexidades sobre a intenção e a verdadeira vocação do Diácono Gabriele Nanni... talvez seja ele a chave para entender todas as recentes dificuldades com Pe. Andrea e com a Armada Branca. Parece seja ele mesmo, Gabriele Nanni, quem coordena a oposição”.

Sacerdote”

Com qual espírito se prepara para ser ordenado sacerdote? Ele mesmo o diz em 02 de março de 1999 em suas declarações ao Tribunal Eclesiástico:

Eu não queria ser ordenado, disse isto a Mons. Molinari, ele me pediu várias vezes de deixar fazer. O fiz em obediência a Mons. Molinari e por devoção”.

Surge o legítimo dúbio quanto à validade da ordenação sacerdotal de Gabriele Nanni, dúbio baseado no Código de Direito Canônico:

Can. 1026: “Quem é ordenado deve gozar da devida liberdade; não é absolutamente licito constringir alguém, em qualquer modo, por qualquer causa a receber as ordens”.

Gabriel Nanni declara que “não queria”; a obediência a que o Bispo recorre é uma pesada “constrição” moral. O que significa “por devoção”? Devoção a quem?

Can. 1029: “Sejam promovidos às ordens somente aqueles que (...) são movidos por reta intenção”.

A “intenção” com que Gabriele Nanni passou para a Diocese de L’Aquila era aquela declarada a seus Superiores da Pro Deo:

...disse que devia, em consciência, ir a L’Aquila para acusar Pe. Andrea D’Ascanio porque endemoninhado e perigoso para a Igreja” (da carta de S.E. Mons. Paolo Hnilica a Pe. Andrea D’Ascanio).

Mas, em sua última carta da Eslováquia, datada de 13 de maio de 1994, tinha-se dirigido a Pe. Andrea D’Ascanio com estas expressões:

Agradeço-lhe infinitamente... não tenho retribuição igual para dar-lhe a não ser muita gratidão e minha oração cotidiana para você. Com afeto Gabriele”.

Na base de quais elementos, não tendo nunca mais tido algum contato com ele, agora o declara “endemoninhado e perigoso para a Igreja”?

Pe Gabriele Nanni no caminho sacerdotal que inicia não é movido por uma “intenção reta”: para salvar a si mesmo não hesita matar moralmente um sacerdote e atirar-se contra uma Obra de Maria acolhida por dezenas de Cardeais e Bispos e por Sua Santidade João Paulo II que concedeu a 10.000 pequenos da Armada Branca a maior audiência, reservada somente a crianças, da história da Igreja.

“Cônego” da Catedral

Após três anos e maio, no dia 05 de fevereiro de 2001, Mons. Giuseppe Molinari o nomeia Cônego da Catedral, cargo honorífico que se confere “somente a sacerdotes que se distingam por doutrina e integridade de vida e que tenham exercitado laudavelmente o ministério”. (can. 509 do Código de Direito Canônico).

“O Exorcista”

Internet está cheia de sites em que se fala de Pe. Gabriele Nanni como exorcista ou, melhor, como formador de exorcistas.

Quem é o exorcista? O exorcista, na Igreja Católica, é o sacerdote que libera do poder do demônio as pessoas que são possuídas por ele.

Quem é o demônio? A personificação do ódio e da mentira, sendo que é o oposto de Deus que é Amor e Verdade. Jesus o chama “homicida desde o início... pai da mentira” (Jo 8,44).

O mais autentico “possuído” pelo demônio é aquele que tem o coração carregado de ódio que o leva a atirar-se contra o irmão (“quem odeia seu próprio irmão é homicida” – 1Jo 3,15) golpeando-o às vezes fisicamente, na maior parte dos casos com a calúnia que é fruto da mentira.

Vejamos – em quatro casos testemunhados e jurados – os frutos que Pe. Gabriele Nanni produz com seus “exorcismos”. O primeiro é o realizado sobre Alessia Zimei em 02 de novembro de 1996: depois de dez horas de embate (“depois de horas que falávamos, que nunca me convencia”, diz Alessia Zimei) o “exorcista” vence sua batalha: expulsa do coração de Alessia o Amor e o enche de ódio impiedoso transformando-a na mais tenaz acusadora de Pe. Andrea. O mesmo fará com as outras testemunhas, sendo que o processo será implantado sobre suas declarações.

1º caso: Alessia Zimei:

Esta “libertação” deixa desorientados e perplexos quantos, até poucos dias antes, a freqüentaram durante os meses de missão no Equador.

Da declaração de S. Em. Card. Bernardino Echeverria Ruiz, Arcebispo Emérito de Guayaquil:

Declaro que no dia 12 de novembro de 1996 foi me visitar Alessia Zimei com o irmão Francesco na Casa Generalícia dos Frades Menores em Roma, em Via Santa Maria Mediatrice, 25. Disse-me que tinha vontade de acusar Pe. Andrea e a Armada Branca à Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé e que iria ao Cardeal Sodano. Procurei dissuadi-la, lembrando-lhe quanto tinha trabalhado por este Movimento Mariano e o afeto que sempre tinha demonstrado por Pe. Andrea. Encontrei-a irremovível e me pareceu estranho como em poucos dias alguém pudesse mudar de tal forma e ainda mais estranho que fosse ao Cardeal Secretário de Estado que nada tinha a ver com a Congregação para a Doutrina da Fé. Poucos dias depois encontrei Pe. Andrea e o avisei do acontecido. Disse-lhe que devia ser forte porque esta era somente uma provação para ele e sua obra, desejada por Pe. Pio de Pietrelcina. Bernardino Card. Echeverria Ruiz, OFM”.

Do testemunho jurado de Patrícia Puccini de Raad dado ao Arcebispo de Guayaquil (Equador) a pedido do Presidente do Tribunal Eclesiástico:

Para ella Armada Blanca lo era todo, desde pequeña hizo parte del movimiento (…) Yo era feliz de oírla hablar de Armada Blanca y sobre todo me emocionaba ver el profundo respeto y amor con que siempre hablaba del Padre Andrea y de su obra. Lo llamaba “Pa mio” porque me decía que para ella él era como otro padre” (“Para ela a Armada Branca era tudo, fazia parte do movimento desde pequena (...) eu era feliz de escutá-la falar da Armada Branca e sobretudo me emocionava ver o profundo respeito e amor com que sempre falava de Pe. Andrea e de sua obra. Chamava-o de “Pá mio” porque dizia que para ela era como um outro pai”).

Esta é a última carta que do Equador Alessia Zimei endereça a Pe. Andrea em 02 de outubro de 1996:

Meu pai caríssimo, lhe comunico que a reunião de hoje foi maravilhosa. A leitura de seu fax foi uma espécie de alívio para cada um de nós. Todos são muito contentes (...) Hoje brincando com a calculadora fiz a conta de quantas crianças encontrei eu sozinha. Advinha quantas são? 28.682 (...). Envio-lhe um abraço bem apertado como no aeroporto. Alessia”.

2º caso. Mirka Pierina Manfredi.

O efeito deste segundo exorcismo é imediato, “abre os olhos” após um telefonema com Gabriele Nanni (em 24 de novembro de 1996), como podemos ler em sua denúncia ao Tribunal Eclesiástico:

Até há pouco tempo escrevia a Pe. Andrea cartas de gratidão (...) hoje acuso Pe. Andrea de plágio”.

3º caso. Anna Rita Bellisari.

De seu testemunho ao Tribunal Eclesiástico:

No dia 03 de novembro Gabriele Nanni, com um telefonema de duas horas e meia, iniciou a abrir-me os olhos”.

4º caso. Rosa Pelliccione.

Do interrogatório da filha Maria Gabriella Pelliccione:

Meu pai a levou (a mãe) logo a Gabriele, tanto que queria também levar-me; mais vezes me repetiu: “Lella, vai de Pe. Gabriele, ele poderá ajudar-lhe a abrir os olhos, a entender”. Eu não quis e ele me disse que minha mãe já tinha ido e tinha aberto os olhos...”.

O mesmo fenômeno que se repete mais vezes, nas mesmas condições, adquiri validade científica.

O verdadeiro poder de exorcista de Pe. Gabriele Nanni é o de tirar o Amor dos corações das pessoas que “exorciza” e enchê-los de ódio; de tirar de suas mentes a Verdade e colocar nelas a mentira.

Estes testemunhos foram considerados falsos e inatendíveis pelos Juízes que absolveram Pe. Andrea D’Ascanio.

O verdadeiro vulto de Gabriele Nanni

Da sentença de absolvição:

Sobre o caráter, os sentimentos mais íntimos e profundos de Pe. Gabriele Nanni existe um seu documento manuscrito, enviado a Pe. Andrea D’Ascanio quando Pe. Gabriele ainda estava na “Armada Branca” (02 de setembro de 1992, ato do processo nº 116, anexo). (...) Pe. Gabriele Nanni afirma de si mesmo (os comentários são supérfluos)”.

Auto-denúncia.

Desejo, no profundo, afirmar a mim mesmo: exercitando um poder subtil, encantador, sobre as pessoas e criar uma dependência; alcançando um poder institucional capaz de modificar e de estruturar do meu gosto realidades quanto maiores possíveis.

Desejo ser amado, ter um lugar no coração dos outros, possivelmente o primeiro lugar. Sendo que nunca gostei da violência e do plágio porque não determinam uma veneração sincera ou verdadeira procuro o modo de obter tudo isto me fazendo amar por aquilo que sou: obviamente é necessário ser o mais perfeito possível: a imposição desta “realidade” deveria convencer os outros de modo evidente, por si só. Esta perfeição do ser por si só exclui obviamente um percurso, um amadurecimento, porque o ser é.

Se um tempo pensava que o que domina o todo é a única atividade sintética, isto é a filosofia, descobri depois que o espírito, especialmente se unido ao Único e Verdadeiro é muito mais potente. Iniciei então um caminho para poder entrar e conhecer seus segredos, para poder potenciar a mi mesmo e poder exercitar aquela atividade de síntese da realidade e de governo da mesma.

Deus pode ser um rival, antes uma ajuda, tanto permanece à parte. A minha mágoa é não obter poderes extraordinários de Deus.

No cotidiano a mágoa, obviamente, é quando o que faço não me parece corresponder a uma dignidade mais alta. Tudo faço porque espero que no futuro as coisas mudarão (...)

O que procuro não é o cargo eclesiástico (se chegar, seja bem-vindo) quanto um cargo de espírito tal de poder exercitar um poder ilimitado. Seria desonesto se não falasse também de um verdadeiro, mesmo se raro, desejo de purificação. Mas depois prevalece o desejo de purificação feita por si só, ou por Deus, pelo mero desejo de ser quem gostaria, por mi mesmo.

Como falei não me interessa impor-me aos outros com a mentira ou as camuflagens. Desejo ardentemente ser perfeito para ser o deus para os outros (Deus é tão grande que espero me deixe um pouco de espaço).

Delírio? Com um exame da realidade a resposta é afirmativa. Mas eu sei que, paradoxalmente, com o espírito não existem limites, obstáculos e tudo é possível. Penso que isto seja demoníaco. Tenho clara a consciência do que é o demônio porque pensamos as mesmas coisas, iludindo-nos com nós mesmos de operar para o melhor, melhor de Deus ou apesar dele.

É o momento de perguntar-me e declarar de qual parte ficar. Sei perfeitamente que não existe uma via de meio e que estes desejos me queimariam em qualquer situação.

Se não escolhesse a Deus não suportaria a inércia e a mediocridade. Por outra parte é como ter uma arma sem empunhadura. Se a encontrasse ou me fosse dada partiria ao ataque e, tenho certeza, se não ao serviço de Deus seria contra Deus, num insuprimível, insuportável impulso a exercitar o poder. (...).

A síntese é que a minha não é uma “santa vocação”; o meu desejo não é servir a Deus, mas servir a mi mesmo.

Gabriele”.

Da sentença de absolvição:

Esta “auto-denúncia” (que poderia ter servido para uma profunda conversão) é importante e não parece ter perdido atualidade, considerando o modo de comportar-se de Pe. Gabriele Nanni nesta causa”.

Perfil de Gabriele Nanni feito por um psicólogo.

Da carta escrita pelo Dr. Andrea Alfonsi, psicólogo, a Pe. Andrea D’Ascanio, nos autos do processo eclesiástico:

Caro Pe. Andrea...

Sinto o dever de manifestar-lhe um parecer acredito bastante objetivo quanto às pessoas de Gabriele Nanni, Alessia Zimei, Annarita Bellisari.

São pessoas – em particular Gabriele – que como o senhor bem sabe tive modo de conhecer a fundo, freqüentando-as continuamente (no caso de Gabriele, vivendo com ele na mesma casa) e partilhando com eles todas as dificuldades (como também as alegrias!) que a vida em L’Aquila nos apresentava no dia a dia

O sentido desta minha carta é muito simples e o exprimo com uma frase, talvez um pouco amarga mas acredito suficientemente clara e por nada exagerada: “não me admiro por nada que pessoas como Gabriele, Alessia e Anna Rita, descuidando de toda verdade e esquecendo todo bom afeto que os unia ao senhor, tenham conseguido derramar sobre o senhor tanto ódio violento e absolutamente injustificado”. Talvez isto possa parecer-lhe um pouco novo...

Lembro a este propósito uma das primeiras frases que Gabriele me disse a seu respeito: “Pe. Andrea tem mais dons do que Jesus Cristo!”. E ainda: “Pe. Andrea não tem uma personalidade definível, é impossível enquadrá-lo segundo critérios humanos”.

A palavrório deste tipo alternavam-se – também no curso de uma mesma jornada – as mais baixas e violentas acusações nos seus confrontos que emergiam toda vez que se infringia um seu (de Gabriele) sonho de grandeza. As miragens de Gabriele encontravam uma aparência de realidade na sua adesão a uma pessoa como o senhor sobre a qual – segundo Gabriele – Deus em Primeira Pessoa arriscava o destino do mundo.

Sua aspiração ao sacerdócio não bem se conciliava com a atitude que tinha nos confrontos da mesma vida da qual esperava todo reconhecimento... Nem mesmo suas aspirações paravam no sacerdócio! Ele aspirava sem dúvida ao Episcopado, dizia ele: “Para ter a plenitude do Sacramento”; corrijo eu: “para ter a plenitude de si”...

Sua adesão à Armada Branca era uma narcisística adesão (perdoe o tecnicismo psicológico) àquele Pe. Andrea que devia ser seu trampolim... Ele queria Bispos amigos e potentes, dons do alto, poder e gloria.

Pobre Gabriele com os sonhos infringidos, pobre eterno adolescente enamorado de si até se enganar das motivações de seu agir. É o que está fazendo agora revestindo de zelo pela verdade sua cruel vingança contra quem não foi à altura dos seus insaciáveis desejos, não foi o artífice destes desejos nem o tácito e consenciente colaborador.

Fui visitá-lo na casa de formação em Civitella, onde se refugiou, fugindo de L’Aquila: dizia que ali estava muito bem, sendo que ao contrario “explodia” e se debatia ainda mais em seu emaranhado de paixões. Agora se encontra na condição misérrima de quem baseia sua vida na mentira, uma mentira que não poupa nem a si mesmo.

Gabriele é isto: uma mistura explosiva de imaturidade, desequilíbrio, ambições grandiosas, ressentimentos e ódios incubados e alimentados, paixões desregradas”.

Perfil de uma sua ex-colega de estudos:

A respeito de Gabriele Nanni observei isto: passa de momentos de sincera procura de Deus e das coisas de Deus, a momentos de confusa procura de si mesmo e de sua própria realização.

Em várias ocasiões, quando se tratou de fazer morrer o próprio eu, procurou destruir quem a ele se opunha antes de si mesmo.

Exercita um grande fascínio no campo feminino, mas, sobretudo ama ver que existe quem recebe este fascínio. Passa por momentos de estima para com uma pessoa até procurá-la frequentemente a momentos de rejeição da sua presença, até pisá-la moralmente e, se fosse possível, até fisicamente. Experimentei isto às minhas custas...”. (Testemunho de Paola Cirillo de Modena).

O “exorcista” continua em sua ação de difamação

É mesmo verdade o que disse o Arcebispo Mons. Mario Peressin a Mons. Piero Vergari: “Gabriele Nanni fez objetivo de sua vida destruir Pe. Andrea e a Armada Branca”.

Após 13 anos Pe. Gabriele Nanni continua sua ação difamatória em toda parte do mundo onde o leva sua carreira de “exorcista”, com mentiras sempre maiores, com calúnias sempre mais pesadas. O ódio é duro a morrer e se fortalece no tempo.

Mas o ódio não é compatível com o Sacerdócio.

O Comitê Internacional em favor de Pe. Andrea D’Ascanio aconselha Pe. Gabriele Nanni a repensar seriamente sua ordenação sacerdotal que “não desejava” e que não recebeu com “intenção reta”.

O Comitê Internacional em favor de Pe. Andrea D’Ascanio se propõe revelar ao mundo o outro vulto da justiça eclesial.